Nigéria: país onde mais cristãos têm morrido por sua fé neste ano.
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Segundo a experiente Ann Buwalda, diretora da organização pró direitos humanos Jubilee Campaign, os cristãos que têm morrido por sua fé na Nigéria no passado ano superam em número ao total dos demais países do mundo.
“Temos documentado uns 1.200 cristãos nigerianos no norte da Nigéria que foram assassinados, alguns por Boko Haram, outros pelos pastores Fulani. Estes dois tipos de ataques são persistentes em vários estados do norte da Nigéria”, disse Buwalda.
A experiente, cujos números disse que coincidiam com os da organização Open Doors, afirmou que cerca de “60 por cento” dos cristãos assassinados no mundo por sua fé têm morrido na Nigéria.
Buwalda fez estas declarações no contexto de um evento realizado pelo Centro do Instituto Hudson para a Liberdade Religiosa em Washington, no que se tratou a perseguição sobre os cristãos no norte da Nigéria, especialmente de parte de grupos islâmicos como Boko Haram.
Participavam também no painel Emmanuel Ogebe, advogado internacional de direitos humanos, e Adamu Habila, um cristão nigeriano que sobreviveu a um massacre cometido por militantes de Boko Haram.
HABILA: "DEUS ME SALVOU A VIDA"
Em seu discurso, Habila contou sua experiência, quando um grupo de militantes chegou a seu bairro disposto a massacrar à comunidade cristã. Um dos militantes – contou Habila - lhe perguntou se se ia converter ao Islã. Quando Habila se negou, lhe dispararam na cabeça a curta distância e o deram por morto.
“Dou graças a Deus Todopoderoso por manter-me com vida até o momento. Sei que se não fora por Deus, seria um homem morto”, disse Habila. “Mas devido a sua graça, sigo vivo com o fim de dar depoimento da bondade e a obra de Deus em minha vida”.
AVANCES NA LUTA CONTRA O EXTREMISMO
Na passada quarta-feira, o Departamento de Estado de EE.UU. designou oficialmente a Boko Haram e um grupo similar chamado Ansaru como organizações terroristas extranjeiras. Para o advogado Ogebe, que participava no painel, a designação é um passo acertado ainda que tardio. “Temos perdido uma grande quantidade de horas para poder chegar a este ponto”, disse Ogebe. Trata-se de “o primeiro de doze passos” que devem se dar para que o processo seja significativo.
O advogado agora tem posto seu esforço em conseguir que a USAID pesquise a violência na Nigéria baseada no extremismo religioso em lugar dos fatores econômicos. “A USAID tem um projeto que explora o extremismo e Nigéria não é um dos países que têm designado para esta investigação”, se lamentou Ogebe
Desde maio, alguns dos estados do norte da Nigéria vivem em estado de emergência, o que supõe uma forte presença militarizada que tem limitado o transporte e as comunicações, o que dificulta o trabalho da ONG e organizações internacionais. Os membros do painel admitiram que é “difícil” ter dados contrastados a respeito do que possa estar sucedendo pára muitos cristãos nesta zona de conflito.